O parto empelicado é o tipo de parto em que o bebê nasce ainda dentro do saco amniótico intacto, isto é, quando a bolsa não arrebenta e o bebê nasce dentro do saco com o líquido amniótico inteiro. Eu gosto de dizer que o parto empelicado é quando o bebê nasce embalado, lacrado!
Embora seja muito raro, este tipo de parto é mais comum em cesáreas, mas também pode acontecer no parto normal quando o bebê é prematuro, porque o tamanho do saco amniótico é menor e, por isso, o bebê e a bolsa passam facilmente pelo canal vaginal com menores chances de romper, como acontece naturalmente na grande maioria dos casos.
Embora raro, este tipo de parto não traz qualquer risco para o bebê ou para a mãe e, em muitos casos, pode até ajudar a proteger bebê de alguma infecção que a mãe possa passar.
A BOLSA AMNIÓTICA
A bolsa amniótico fica cheia de líquido durante a gravidez e serve para proteger o bebê de choques mecânicos e regular a temperatura dentro do útero.
Esta bolsa é formada por duas finas membranas, chamadas cório e âmnio. A olho nú as membranas parecem ser uma só pois estão bastantes aderidas e são muito finas. Nas gestações gemelares podemos ter uma ou duas bolsas.
Na maioria dos casos, o saco estoura durante o trabalho de parto, devido à pressão do útero em cada contração, há casos que a mãe não sente dores de contrações e a bolsa se rompe, (este foi o meu caso), mas no caso de parto empelicado a bolsa fina, mas resistente membrana que envolve o bebê mantém-se intacta.
Enquanto o bebê está dentro do saco amniótico continua recebendo todos os nutrientes e oxigênio através do cordão umbilical, não existindo qualquer risco para a sua sobrevivência.
No entanto, o médico não tem acesso ao cordão umbilical do bebê, para saber se o bebê está bem, recebendo as trocas gasosas adequadas. Por isso, após a retirada do bebê do útero materno o médico logo rompe o lacre da bolsa para ter acesso ao bebê. Quando o médico clampea e corta o cordão umbilical o bebê recebe o start para começar a respirar sozinho.
Quando o bebê sai empelicado, o médico faz uma pequena incisão na bolsa amniótica para removê-lo e permitir que ele respire normalmente.
Esse tipo de parto pode ser indicado para:
Proteger o bebê prematuro: quando o bebê é prematuro, o saco amniótico pode ajudar a proteger contra o trauma do parto, evitando fraturas ou hematomas;
Evitar a transmissão de HIV: no caso de mães com HIV positivo este tipo de parto evita o contato com sangue durante o nascimento, reduzindo as chances de transmissão da doença.
Embora possa trazer algumas vantagens para o bebê, este tipo de parto é difícil de ser programado, acontecendo quase sempre, de forma espontânea e natural.
É possível programar este tipo de parto?
Este tipo de parto é difícil de ser programado, acontecendo na maioria dos casos, de forma natural em 1 em cada 80 mil partos. No entanto, quando a grávida é HIV positiva, o médico pode agendar uma cesárea para tirar o bebê antes das 38 semanas e, durante o parto, tenta retirar o bebê sem romper o saco amniótico, para que haja menor contato possível com o sangue infectado da mãe.
QUANDO A BOLSA SE ROMPE, O QUE FAZER?
Quando a bolsa se rompe com mais de 34 semanas (portanto, com quase 8 meses completos) não há perigo, mas a paciente deve ir direto para o hospital. Nesse caso, o parto pode ser induzido ou pode ser realizada uma cesárea. O importante é que a mulher entre em trabalho de parto em até 24 horas – o que costuma ocorrer naturalmente. Quando acontece antes de 34 semanas, a gestante deve ficar internada para que ela e o bebê sejam observados. Decorridas mais de 12 horas que o bebê está no abdômen, há o risco de infecção, já que com a bolsa rota, haverá menor quantidade de líquido amniótico e os germes que estão na vagina poderão subir e, assim, infectar o neném. Por isso, quando a bolsa se rompe, deve-se fazer exames de sangue para detectar qualquer possível infecção e avaliar a vitalidade do feto.
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